quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Brasil testará medicamento para prevenir HIV entre os jovens

Um comprimido por dia para prevenir o HIV em pessoas com maior risco de contrair o vírus. Esse é o modelo da chamada profilaxia pré-exposição, que deve ser alvo de dois novos estudos em larga escala no país.
Pela primeira vez, o Brasil terá como estratégia de saúde pública uma pesquisa para avaliar o uso de um medicamento preventivo contra o HIV por adolescentes de 16 a 19 anos que se consideram mais suscetíveis ao vírus.
Até então, os estudos eram conduzidos apenas em adultos que também fazem parte de populações de risco ampliado para o vírus, como homens que fazem sexo com homens e transexuais.
Agora, a ideia dos dois estudos é ampliar os testes da terapia preventiva para mais participantes e incluir os mais jovens.A Prep, sigla usada para a profilaxia, é composta pela associação, em uma só pílula, de dois antirretrovirais: tenofovir e emtricitabina. No mercado internacional, o remédio preventivo tem o nome comercial Truvada.
Em geral, o usuário acompanhado na terapia toma um comprimido por dia como forma de obter a prevenção ainda antes da relação sexual.
O modelo é diferente da profilaxia pós-exposição, já adotada no Brasil, em que outros medicamentos são usados após possível contato com o vírus, seja por vítimas de estupro, trabalhadores de saúde ou pessoas que fizeram sexo desprotegido.
A eficácia do Truvada é comprovada na literatura médica, desde que ele seja usado de forma correta. "Se o remédio está no sangue na hora da relação sexual, a proteção chega a quase 100%", diz o infectologista Esper Kallás.
A ideia, agora, não é verificar a eficácia, mas testar se pessoas em situação de risco ampliado para o HIV aceitam tomá-lo como alternativa ao combate à epidemia de Aids, especialmente entre jovens.
Cerca de 1.800 adolescentes sexualmente ativos devem participar do estudo, previsto para começar no primeiro semestre de 2016. Já a amostra da nova pesquisa em adultos ainda não foi definida.
ANÁLISE DE RISCO
Hoje, o grupo de 15 a 24 anos é um dos mais vulneráveis à Aids. Nos últimos dez anos, a taxa de detecção da doença diminuiu 6,5% na população geral, mas subiu 41% nessa faixa etária. No país, a estimativa é que 781 mil pessoas convivam com o HIV.
Devem participar do estudo só jovens e adultos sexualmente ativos e considerados de risco ampliado –caso de gays e transexuais. "São populações com 12 a 30 vezes mais casos que a população geral", diz Fábio Mesquita, diretor do departamento de HIV/Aids do Ministério da Saúde.
Ele ressalta que, mesmo com o uso da estratégia preventiva, não é recomendável descartar a camisinha, uma vez que o preservativo protege contra outras doenças e reforça a proteção.
"É a primeira vez que o método será oferecido em uma escala real", diz Lelio Marmora, diretor-executivo da Unitaid, organização que estuda novas políticas contra Aids e financiará o projeto no Brasil.
O programa também deve envolver Unicef, Unaids (braço da ONU para Aids), Fiocruz e universidades, com apoio técnico do ministério, que avalia a inclusão da Prep no SUS.
Hoje, o Truvada pode ser encontrado nos EUA a custos de até US$ 2.500 por usuário/ano. Aqui, aplicado em larga escala e distribuído a mais países, a Unitaid estima que o valor pode cair a US$ 100.
Para Georgiana Braga, diretora da Unaids no Brasil, a ideia é complementar o leque de opções para prevenir o HIV. "Fazendo um paralelo com saúde reprodutiva, tem camisinha, DIU, anticoncepcional e outras opções. A ideia é fazer a mesma coisa."
PREOCUPAÇÃO
O receio de contrair o HIV foi o que incentivou Almir França, 55, a incluir, há um ano e meio, o uso de uma pílula preventiva contra o vírus em sua rotina diária.
"Minha geração toda morreu. Sou um sobrevivente disso", afirma ele, presidente do grupo Arco-íris, no Rio, que representa lésbicas, gays, bissexuais e transexuais.
Ele participa de um estudo sobre a estratégia e diz que se sentiu mais tranquilo com a medicação. Não deixou a camisinha, mas aumentou a prevenção. "A eficácia é maior."
Hoje, Almir está do lado oposto de um debate já esperado pelas autoridades de saúde diante do anúncio de novos estudos sobre a Prep (profilaxia pré-exposição).
Afinal, o uso de medicamentos anti-HIV pode estimular as pessoas a deixarem outras formas de prevenção, como a camisinha? "É uma polêmica interessante e que estamos esperando", diz o diretor do departamento de HIV/Aids do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita.
A infectologista Valdiléa Veloso, que coordena estudo já em andamento sobre a adesão ao método, chama de "falácia" o argumento de que o medicamento preventivo pode limitar a camisinha.
Discussão semelhante ocorreu quando o governo começou a distribuir antirretrovirais para o tratamento de portadores de HIV. "Falavam que as pessoas iam deixar de se prevenir", diz a pesquisadora da Fiocruz.
Mesmo que haja redução no uso de camisinha, o importante é reduzir a transmissão do HIV, defende Esper Kallás, da Faculdade de Medicina da USP. Para ele, é preciso oferecer alternativas.
Pesquisa do Ministério da Saúde mostra que, ao mesmo tempo em que 94% da população sexualmente ativa do país aponta a camisinha como a melhor forma de prevenção à Aids, 45% desse grupo não a usou no último ano.
"Se, para algumas pessoas, o uso de camisinha é difícil, temos que oferecer outra proteção", afirma Kallás.
"Muitos podem dizer que vai estimular o comportamento de risco. É o oposto: esse comportamento já acontece em todas as faixas. Não se pode virar as costas a isso por questões morais", diz.

Fonte: Folha de S.Paulo

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Ministério lança protocolo de Atenção à Saúde para Microcefalia

O Ministério da Saúde lançou, nesta segunda-feira (14), o Protocolo de Atenção à Saúde e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo Vírus Zika, que orienta o atendimento desde o pré-natal até o desenvolvimento da criança com microcefalia, em todo o País. O planejamento prevê a mobilização de gestores, especialistas e profissionais de saúde para promover a identificação precoce e os cuidados especializados da gestante e do bebê.
O principal objetivo do Protocolo é orientar as ações para a atenção às mulheres em idade fértil, gestantes e puérperas, submetidas ao vírus Zika, e aos nascidos com microcefalia. Este plano recomenda, ainda, as diretrizes para o planejamento reprodutivo, a detecção e notificação de quadros sugestivos de microcefalia e a reabilitação das crianças acometidas pela malformação congênita.
O Plano reforça o papel das equipes de saúde na oferta de métodos contraceptivos e na orientação de mulheres em idade fértil e casais que desejam engravidar, especialmente sobre os cuidados necessários para evitar infecção pelo vírus Zika durante a gravidez. As equipes também terão de intensificar a busca ativa de gestantes para o início oportuno do pré-natal e acompanhar o desenvolvimento dos nascidos com microcefalia.
Outro destaque do Protocolo é a ampliação do acesso aos testes rápidos de gravidez. O Ministério da Saúde estima que serão investidos entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões para que os testes estejam disponíveis em todas as unidades da Atenção Básica do País.
PRÉ-NATAL – A realização do acompanhamento gestacional, prioritariamente com início no primeiro trimestre da gravidez, é fundamental para a identificação de fatores de risco, entre eles a infecção pelo vírus Zika. Inclusive, estão garantidos todos os exames de rotina preconizados pelo Ministério da Saúde durante a gestação, inclusive eletroforese de hemoglobina e testes rápidos de HIV e sífilis.
“Queremos antecipar o pré-natal para que os exames laboratoriais e a ultrassonografia sejam realizados no primeiro trimestre da gravidez. Objetivo é  detectar o desenvolvimento do feto, dar assistência adequada às gestantes e promover a estimulação precoce às crianças microcéfalas”, explicou o  secretário de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame.
Durante a gestação, os agentes comunitários de saúde deverão visitar gestantes, a cada 30 dias – originalmente, as visitas ocorriam a cada 60 dias -, orientando para o cumprimento do calendário vacinal e o comparecimento às consultadas agendadas do pré-natal e, também, para medidas de prevenção e controle à infecção pelo vírus Zika. Também cabe aos Profissionais de saúde investigar e registrar na caderneta das gestantes, assim como no prontuário da mulher, a ocorrência de machas vermelhas, febre e infecção destas pacientes, orientando a procurar os serviços de saúde no caso de apresentar estes sinais e sintomas.
PARTO – O Protocolo reforça a manutenção das orientações para o parto e o nascimento, incentiva a adoção do parto normal também para bebês com microcefalia, e recomenda a manutenção dos cuidados ao recém-nascido, como a garantia do contato pele-a-pele, o clampeamento oportuno do cordão umbilical e a amamentação na primeira hora, além de outros procedimentos de rotina.
Os recém-nascidos com suspeita de microcefalia serão submetidos a exame físico, com a medição do perímetro cefálico. Serão considerados microcefálicos aqueles com circunferência menor de 32 centímetros. Além disso, eles passarão por exames neurológicos e de imagem, como a Ultrassonografia Transfontanela (US-TF), a primeira opção indicada para avaliação neurológica. Como segunda opção, existe a tomografia, que possui maior emissão de radiação e, por isso, é recomendada apenas quando a estrutura óssea da moleira impossibilitar a realização do US-TF.
Entre os prematuros, são considerados os nascidos com perímetro cefálico menor que dois desvios padrões, havendo a necessidade de nova medição entre 24-48 horas para confirmação da microcefalia. Também serão feitas coletas do sangue do cordão umbilical e da placenta das crianças nascidas com suspeita de microcefalia.
O Protocolo sistematiza, ainda, a necessidade de triagens neonatais, como o Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico (PEATE), para detecção de deficiência audiência, que pode ser realizado ainda na maternidade. O Ministério da Saúde vai disponibilizar aparelhos PEATE para 737 maternidades do país. A ausência do PEATE não impede a alta dos nascidos com microcefalia, pois o exame pode ser realizado nos Centros Especializados em Reabilitação (CER) existentes em todo o País.
É importante ressaltar que a amamentação deve acontecer como principal fonte de alimentação do recém-nascido até os dois anos de idade, sendo exclusiva até os seis meses. Vale destacar que não há evidências de transmissão do vírus Zika por meio do leito materno, assim como por urina, saliva e sêmen. Conforme estudos aplicados na Polinésia Francesa, não foi identificada a replicação do vírus em amostras do leite, assim como a doença não pode ser classificada como sexualmente transmissível. Também não há descrição de transmissão por saliva.
ESTIMULAÇÃO PRECOCE – O Protocolo define também diretrizes para a estimulação precoce dos nascidos com microcefalia. Todas as crianças com esta malformação congênita confirmada deverão ser inseridas no Programa de Estimulação Precoce, desde o nascimento até os três anos de idade, período em que o cérebro se desenvolve mais rapidamente.
A estimulação precoce visa à maximização do potencial de cada criança, englobando o crescimento físico e a maturação neurológica, comportamental, cognitiva, social e afetiva, que poderão ser prejudicados pela microcefalia. “É fundamental acolher a criança com microcefalia e estimulá-la o mais rápido possível, de preferência começando após o nascimento, e, se possível, ainda na maternidade, para que se reduza os comprometimentos causados pela malformação”, destaca o secretário de Atenção à Saúde.
Os nascidos com microcefalia receberão a estimulação precoce em serviços de reabilitação distribuídos em todo o País, nos Centros Especializados de Reabilitação (CER), Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e Ambulatórios de Seguimento de Recém-Nascidos.
Fonte: Portal Saúde (Ministério da Saúde)

Anvisa não vê restrições no uso de repelentes por gestantes

Frente às dúvidas surgidas recentemente sobre o uso de repelentes de insetos de uso tópico em gestantes, considerando a relação que possivelmente há entre o Zika vírus e os casos de microcefalia diagnosticados no país, a Anvisa esclarece: não há, dentro das normas da Agência, qualquer impedimento para a utilização destes produtos por mulheres grávidas, desde que estejam devidamente registrados na Anvisa e que sejam seguidas as instruções de uso descritas no rótulo.
Imagem ilustrativa
Estudos conduzidos em humanos durante o segundo e o terceiro trimestres de gestação, e em animais durante o primeiro trimestre, indicam que o uso tópico de repelentes à base de n,n-Dietil-meta-toluamida  (DEET) por gestantes é seguro.
No entanto, tais produtos não devem ser usados em crianças menores de dois anos. Em crianças entre dois e 12 anos, a concentração dever ser no máximo 10% e a aplicação deve se restringir a três vezes por dia. Concentrações superiores a 10% são permitidas para maiores de 12 anos.
Além do DEET, no Brasil são utilizadas em cosméticos as substâncias repelentes Hydroxyethylisobutylpiperidinecarboxylate (Icaridin ou Picaridin) e Ethylbutylacetylaminopropionate (EBAAP ou IR 3535), além de óleos essenciais, como Citronela. Embora não tenham sido encontrados estudos de segurança realizados em gestantes, estes ingredientes são reconhecidamente seguros para uso em produtos cosméticos conforme compêndios de ingredientes cosméticos internacionais.
Nos EUA, os produtos repelentes são regularizados pela United StatesEnviromentalProtectionAgency (EPA).  As seguintes substâncias estão presentes em produtos regularizados pela EPA: Catnipoil, Óleo de citronela; DEET; IR 3535; p-Menthane-3,8-diol e 2-undecanone ou methylnonylketone. Portanto, os ativos utilizados no Brasil estão dentre os utilizados nos Estados Unidos.
O Center for DiseaseControl e Prevention (CDC), também nos EUA, recomenda o uso de produtos repelentes por gestante, uma vez que a EnviromentalProtectionAgency (EPA), responsável pela autorização de uso destes produtos nos EUA, não estabelece nenhuma restrição nesse sentido. Entretanto, destaca que as recomendações de uso da rotulagem devem ser consideradas.

Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Ministério da Saúde divulga novos casos de microcefalia

Imagem Ilustrativa
O Ministério da Saúde anunciou que até o dia 05 de dezembro 2015, já foram registrados 1.761casos de microcefalia, em 422 municípios, de 14 estados das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. 

Segundo o boletim divulgado, o estado de Pernambuco registrou o maior número de casos (804). Em seguida estão os estados de Paraíba (316), Bahia (180), Rio Grande do Norte (106), Sergipe (96), Alagoas (81), Ceará (40), Maranhão (37), Piauí (36), Tocantins (29), Rio de Janeiro (23), Mato Grosso do Sul (9), Goiás (3) e Distrito Federal (1).

Entre os casos, foram notificados 19 óbitos de bebês com microcefalia e suspeita de infecção pelo vírus da Zika. Os casos ainda estão em análise para confirmar a causa dos óbitos.
Desde o dia 7 de dezembro, o Ministério da Saúde passou a adotar, em consonância com as secretarias estaduais e municipais de Saúde, a medida padrão da Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 32 cm, para a triagem de bebês suspeitos de microcefalia. Até então, a medida utilizada pelo Ministério era de 33 cm. A iniciativa teve como objetivo incluir um número maior de bebês na investigação, visando uma melhor compreensão da situação.
Vale esclarecer que o perímetro cefálico (PC) varia conforme a idade gestacional do bebê. Assim, na maioria das crianças que nascem após nove meses de gestação, o crânio com 33 cm de diâmetro é considerado normal para a população brasileira, podendo haver alguma variação para menos, dependendo das características étnicas e genéticas da população.

FONTE: Ministério da Saúde 08/12/2015.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Câncer da Pele

O QUE É?

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, 135 mil novos casos e o câncer da pele responde por 25% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil. O tipo mais comum, o não melanoma, tem letalidade baixa, mas os números alarmam os especialistas. A exposição excessiva ao sol é a principal causa da doença. Nos Estados Unidos, a Academia Americana de Dermatologia estima que haja dois milhões de casos novos a cada ano.

A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Estas células se dispõem formando camadas e, de acordo com a camada afetada, definimos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele.
A radiação ultravioleta é a principal responsável pelo desenvolvimento de tumores cutâneos, e a maioria dos casos está associada à exposição excessiva ao sol ou ao uso de câmaras de bronzeamento.
Apesar da incidência elevada, o câncer da pele não-melanoma tem baixa letalidade e pode ser curado com facilidade se detectado precocemente. Por isso, examine regularmente sua pele e procure imediatamente um dermatologista caso perceba pintas ou sinais suspeitos.

SINAIS E SINTOMAS

O câncer da pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas. Assim, conhecer bem a pele e saber em quais regiões existem pintas faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade. Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele, mas é importante estar sempre atento aos seguintes sintomas:
  • -Uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;
  • -Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;
  • -Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.
Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Teste para HIV chegará às farmácias brasileiras no ano que vem

O autoteste para detecção do HIV deverá estar disponível nas farmácias brasileiras no primeiro semestre do ano que vem. O anúncio foi feito nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde. Até o momento, só é possível realizar testes de HIV em laboratórios, centros de referência e unidades de testagem móvel.
"Espera-se que, até o final do primeiro semestre do ano que vem, qualquer brasileiro possa comprar seu teste de HIV na farmácia", disse Fábio Mesquita, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
Na segunda-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou no Diário Oficial da União uma resolução autorizando o registro de produtos para o autoteste. De acordo com o diretor, os testes de farmácia devem alcançar uma parte da população que deixa de se testar por vergonha de ir a um serviço de saúde ou pedir o exame ao seu médico.
Em geral, o autoteste faz o diagnóstico por meio de fluídos da boca (da gengiva ou da mucosa da bochecha) ou utilizam uma gota de sangue, a partir de um pequeno furo na ponta do dedo. Os resultados ficam prontos em até 30 minutos.
Fonte: Veja

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

INCA apresenta estimativa de casos de câncer para 2016


De acordo com as estimativas 2016/2017, o Brasil deverá registrar no próximo ano 596 mil casos de câncer. Entre os homens, são esperados 295.200 casos, e entre as mulheres, 300.800.

Os tipos de câncer mais comuns entre os homens serão o de Próstata; Traqueia, Brônquio e Pulmão; Cólon e Reto; Estômago; Cavidade oral.  Entre as mulheres os tipos de cânceres mais incidentes serão o de Mama; Cólon e Reto; Colo do Útero; Traqueia, Brônquio e Pulmão; Estômago.

Alguns fatores estão diretamente ligados ao aparecimento do câncer.
-Estudos apontam fortes evidências entre o excesso de peso e o desenvolvimento do câncer.
-As carnes processadas podem causar câncer em razão do processamento industrial a que são submetidas como salga, defumação, cura e adição de conservantes.
-O tabagismo é responsável por cerca de 30% das mortes por câncer.
-Há evidências de que o uso de agrotóxicos está associado ao aumento do risco de câncer de próstata, principalmente de tumores mais agressivos.

As estimativas permitem conhecer a provável incidência dos principais tipos de câncer num determinado território para planejar ações e programas de controle além de auxiliar na definição de políticas públicas e alocação de recursos.

Fonte: Instituto Nacional de Câncer (INCA)

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Ministério da Saúde divulga boletim epidemiológico sobre microcefalia.

O maior número de casos foi registrado em Pernambuco (268); em seguida, estão Sergipe (44), Rio Grande do Norte (39), Paraíba (21), Piauí (10), Ceará (9) e Bahia (8).
O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (17) o primeiro boletim epidemiológico sobre microcefalia. Até o momento, foram notificados 399 casos da doença em recém-nascidos de sete Estados da região Nordeste.
O maior número de casos foi registrado em Pernambuco (268), primeiro Estado a identificar aumento de microcefalia em sua região e que conta com o acompanhamento de equipe do Ministério da Saúde desde o dia 22 de outubro. Em seguida, estão Sergipe (44), Rio Grande do Norte (39), Paraíba (21), Piauí (10), Ceará (9) e Bahia (8).
A investigação desses casos está sendo realizada pelo Ministério da Saúde de forma integrada com as secretarias estaduais e municipais de saúde, com o apoio de instituições nacionais e internacionais. 

O Ministério da Saúde enviou a todas as secretarias estaduais de saúde orientações sobre o processo de notificação, vigilância e assistência às gestantes e aos bebês acometidos pela microcefalia. Essas informações serão constantemente atualizadas.
Ainda não é possível ter certeza sobre a causa para o aumento de microcefalia que tem sido registrado nos sete Estados. 
A Fiocruz, que participa das investigações, notificou nesta terça-feira (17) que o Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz concluiu diagnósticos que constataram a presença do genoma do vírus Zika em amostras de duas gestantes da Paraíba, cujos fetos foram confirmados com microcefalia por meio de exames de ultrassonografia. O material genético (RNA) do vírus foi detectado em amostras de líquido amniótico, com o uso da técnica de RT-PCR em tempo real.
Apesar de ser um achado científico importante para o entendimento da infecção por Zika vírus em humanos, os dados atuais não permitem correlacionar inequivocamente, de forma causal, a infecção pelo Zika com a microcefalia. 
Ações
Na semana passada, foi declarada Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para dar maior agilidade às investigações. Trata-se de um mecanismo previsto para casos de emergências em saúde pública que demandem o emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública.
Também está em funcionamento, desde o dia 10 de novembro, o Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes), um mecanismo de gestão de crise que reúne as diversas áreas para responder a esse evento. 
O Ministério da Saúde orienta que todos os casos de microcefalia sejam comunicados imediatamente por meio de um formulário online que, a partir desta quarta-feira (18), estará disponível a todas as secretarias de saúde.
Sobre as gestantes, é importante que elas mantenham o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico. 
A doença
A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é o que tem preocupado as autoridades de saúde. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 centímetros. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.
FONTE: Ministério da Saúde

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Anvisa suspende lote do medicamento Losartana Potássica da empresa EMS/SA.

Está suspenso o lote 747759 do medicamento
Losartana Potássica 100 mg, comprimido revestido, da empresa EMS/SA. A empresa identificou a inversão das datas de fabricação e validade na embalagem do lote citado.
A cartela do lote com o erro de codificação contém a data de fabricação como sendo em dezembro de 2016 e a validade até dezembro de 2014.
Diante disso, a empresa enviou um comunicado de recolhimento voluntário, e a Anvisa determinou a suspensão da distribuição, comercialização e uso do lote citado.
A medida consta da Resolução 3.151/2015, publicada(18/11) no Diário Oficial da União (DOU).

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

OMS classifica carnes processadas como cancerígenas

O consumo de carnes processadas, como salsicha, linguiça, bacon e presunto, aumenta o risco de câncer do intestino em humanos, afirma relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado nesta segunda-feira (26). De acordo com o documento, a carne processada é um fator de risco certo para a doença, e carnes vermelhas, de um modo geral, são fatores de risco "provável".

As carnes processadas agora  estão classificadas no grupo 1 de carcinogênicos para os quais já há evidência suficiente de ligação com o câncer. Na mesma classificação estão tabaco, amianto e fumaça de óleo diesel. O relatório foi feito pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc, na sigla em inglês), da OMS.
Em artigo publicado na revista científica The Lancet, pesquisadores da Iarc, definem a carne processada como "produtos transformados por salgamento, curagem, fermentação, defumação e outros processos para realçar sabor ou melhorar a preservação".

Estudo de meta-análise (que avaliou diversos outros estudos) estima que cada porção diária de 50 gramas de carne processada aumente o risco de câncer colorretal em 18%. Esse tipo de câncer é hoje o segundo mais diagnosticado em mulheres e o terceiro em homens, e está matando 694 mil pessoas por ano (segundo dados de 2012 da OMS, os mais recentes).
A associação de embutidos com o risco de desenvolvimento de câncer já era conhecida, mas sua inclusão na lista negra da OMS serve de alerta para os brasileiros, que, segundo a nutricionista Sueli Couto, da Unidade Técnica de Alimentação, Nutrição e Câncer do INCA, têm aumentado o consumo de  embutidos. Mesmo àqueles produzidos a partir de carnes brancas como peito de peru defumado, blanquet, e outros, são prejudiciais à saúde.
Esses produtos passam pelo mesmo processo nas indústrias que os feitos a partir da carne vermelha. São adicionadas substâncias para realçar o sabor e dar mais tempo nas prateleiras, enfatizou Sueli.
Carne vermelha
A carne vermelha - de boi, porco, carneiro, bode e cavalo - foi classificada pela Iarc como um carcinógeno (produto capaz de provocar câncer) "provável" e entrou na lista do grupo 2A. Esta classificação é reflexo de evidências limitadas de que a carne vermelha  causa câncer.  A carne vermelha é considerada uma fonte importante de nutrientes.
A recomendação é que seja ingerida até duas vezes na semana, podendo ser substituída, nos outros dias, pelas carnes brancas, ovos e outras combinações de alimentos com valor proteico semelhante, como arroz com feijão.  
A alimentação saudável requer variedade e deve contemplar os diversos tipos de alimentos, dentre os quais destacam-se as frutas e hortaliças, considerados protetores contra o câncer. As carnes complementam a alimentação, porém, há que se observar que a quantidade consumida está relacionada com o risco de desenvolver câncer. Quanto maior o consumo, maior o risco de ter a doença, afirma Sueli.
"Essas descobertas dão mais suporte às recomendações sanitárias atuais para limitar o consumo de carne", afirmou Christopher Wild, diretor da Iarc. "Ao mesmo tempo, a carne vermelha tem valor nutricional", afirmou o médico, sugerindo que as novas recomendações não sejam encaradas de maneira alarmista. "Esses resultados são importantes para permitir governos e agências regulatórias internacionais para conduzirem avaliações de risco, de modo a equilibrar riscos e benefícios de comer carne vermelha ou processada e para fornecer as melhores recomendações diárias possíveis."

De acordo com o artigo, "a maior parte das carnes processadas contém porco ou boi, mas também pode conter outras carnes vermelhas, frango, miúdos (fígado, por exemplo), ou subprodutos da carne, como o sangue".

A classificação mais branda para a carne vermelha é reflexo de "evidências limitadas" de que ela causa câncer. O Iarc descobriu ligações principalmente com o câncer de intestino, mas também observou associações com tumores no pâncreas e na próstata.

Fonte: Instituto Nacional de Câncer (INCA)

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Ministério da Saúde orienta as gestantes sobre os casos de Microcefalia

Sobre os casos de microcefalia na região Nordeste, o Ministério da Saúde orienta às gestantes:

1- Devem ter a sua gestação acompanhada em consultas pré-natal, realizando todos os exames recomendados pelo seu médico;

2- Não devem consumir bebidas alcoólicas ou qualquer tipo de drogas;

3- Não utilizar medicamentos sem a orientação médica;

4- Evitar contato com pessoas com febre, exantemas ou infecções;

5- Adoção de medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças, com a eliminação de criadouros (retirar recipentes que tenham água parada e cobrir adequadamente locais de armazenamento de água);

6- Proteger-se de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas,  usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes indicados para gestantes;

Até que se esclarecem as causas do aumento da incidência dos casos de microcefalia na região Nordeste, as mulheres que planejam engravidar devem conversar com a equipe de saúde de sua confiança. Nessa consulta, devem avaliar as informações e riscos de sua gravidez para tomar a sua decisão.

Não há uma recomendação do Ministério da Saúde para evitar a gravidez. As informações estão sendo divulgadas conforme o andamento das investigações. A decisão de uma gestação é individual de cada mulher e sua família.

O Ministério da Saúde, em completa parceria com as secretarias estaduais e municipais de saúde, continuará recebendo as ocorrências, dando apoio técnico e mantendo ativo o COES (Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública), para o estudo, a investigação e a definição do agente causador do aumento da ocorrência de microcefalia.

O boletim epidemiológico sobre os casos de microcefalia no país será divulgado na próxima terça-feira (17), com coletiva de imprensa.

FONTE: Portal Saúde - SUS.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Anvisa suspende lote de medicamento para câncer de mama.

O medicamento Letrozol está com o lote 397733 suspenso em todo o país. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a distribuição, comercialização e o uso do produto desse lote. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União, depois de reclamações sobre falhas na selagem do alumínio do blíster (a cartela com os comprimidos) no lote, que tem prazo de validade até junho de 2017. A caixa contém 30 comprimidos de 2,5 miligramas.
O Letrozol é indicado para o tratamento de câncer de mama avançado em mulheres que já passaram pela menopausa, que já foram tratadas com medicamentos inibidores do hormônio estrogênio.

A Anvisa determinou que o laboratório fabricante do lote, o Eurofarma, recolha todo o estoque que está nas farmácias.
Em nota, o Eurofarma informou que recolheu todo o lote, de forma voluntária, antes mesmo da recomendação da Anvisa, e que todos os clientes foram informados sobre a suspensão. Segundo o laboratório, medidas para corrigir o problema foram tomadas e novos lotes já foram produzidos.


FONTE: ANVISA

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Exame PSA não prolonga a vida dos homens

Imagem Ilustrativa
Novembro mal começou e o bombardeio de informações sobre o câncer de próstata e a importância do PSA (antígeno prostático específico) está a todo vapor. De shoppings center a planos de saúde, todos estão mobilizados em torno da campanha Novembro Azul.
Há uma sucessão de equívocos nessa iniciativa. Primeiro porque parece que a saúde do homem se resume a essa glândula localizada na parte baixa do abdômen. Perde-se aí uma ótima oportunidade para discutir outras coisas que realmente terão impacto na saúde masculina, como prática de atividade física, os maus hábitos (uso de álcool e outras drogas, tabaco etc), os acidentes de trânsito e a checagem dos níveis da pressão arterial e da glicemia.
O outro equívoco é ainda mais sério. Cada vez mais as evidências científicas contraindicam a realização do PSA de rotina, em qualquer idade. Mas parece que, por desconhecimento ou interesses outros, as campanhas têm ignorado esse fato. Por aqui, há poucas vozes discordantes, uma delas é da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), que distribuiu nota à imprensa sobre o assunto.
Para começar, a SBMFC explica o conceito do rastreamento e porquê ele não se aplica ao exame da próstata. Rastreamento significa uma ação feita para identificar uma doença (ou fator de risco) antes que ela se manifeste ou piore, com o objetivo de diminuir o adoecimento e a mortalidade. Ou seja, fazer as pessoas viverem mais e melhor.
É o que acontece, por exemplo, quando a pessoa faz uma sorologia de HIV ou uma coleta de papanicolau. Mas não é o que ocorre com o câncer da próstata e com o foco da campanha Novembro Azul.
A campanha diz que "a única forma de garantir a cura do câncer de próstata é o diagnóstico precoce", e recomenda que todos os homens com mais de 50 anos (ou 45, no caso de negros e parentes de primeiro grau de indivíduos que tiveram a doença) procurem anualmente um urologista para fazer o exame de toque retal e a dosagem de PSA no sangue.
A SBMFC lembra que essa não é a recomendação de respeitadas instituições nacionais e estrangeiras. Em 2012, o United States Preventive Services Task Force (USPSTF) passou a contraindicar o rastreamento de câncer de próstata baseado em PSA para homens americanos de qualquer idade.
Em 2013, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) passou a recomendar que não se organizassem programas de rastreamento para o câncer da próstata, e que homens que demandassem espontaneamente a realização de exames de rastreamento fossem informados por seus médicos sobre os riscos e benefícios associados a essa prática, "por existirem evidências científicas de boa qualidade de que o rastreamento do câncer de próstata produz mais dano do que benefício".
Outras entidades reconhecidas internacionalmente, como o Canadian Task Force on Preventive Health Care, o American Academy of Family Physicians e o United Kingdom National Screening Comittee, fazem recomendações semelhantes.
Os estudos que levaram a essas recomendações acompanharam milhares de homens por mais de dez anos, e mostraram que fazer PSA com ou sem toque retal não diminui a mortalidade geral dos homens, e muda muito pouco a mortalidade específica por câncer de próstata. Em outras palavras, lembra a SBMFC, homens que fazem o exame não morrem mais velhos, e morrem muito pouco menos de câncer de próstata.
Esse pequeno benefício não compensa os potenciais malefícios, quase sempre relacionados à realização desnecessária de biópsia prostática (um procedimento que pode provocar sangramentos, febre, infecção prostática e retenção urinária), o impacto psicológico causado por um resultado falso positivo, e as sequelas do tratamento (é muito comum que os homens tenham incontinência urinária ou impotência sexual após a retirada da próstata).
Isso acontece porque o exame não consegue diferenciar cânceres graves e mortais de cânceres que cresceriam lentamente e não viriam a matar o homem, ou seja, muitos acabam tendo os malefícios desnecessariamente, explica a nota.
"A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade considera que os homens, de fato, precisam dar e receber mais atenção à sua saúde, mas as evidências científicas mais recentes deixam claro que isso não deve ser feito através da dosagem do PSA ou realização de toque retal em pessoas que não apresentam qualquer sintoma. Médicos e médicas devem, por uma questão ética, fornecer todas as informações relevantes para que seus pacientes possam decidir de forma esclarecida sobre questões relacionadas à própria saúde."
A manifestação da SBMFC é uma ótima oportunidade para que as entidades melhorem o nível de campanhas que visem a educação em saúde. Omitir esses dados na campanha Novembro Azul é um desserviço aos homens, às suas famílias, e aos sistemas de saúde, que desperdiçam recursos que poderiam estar sendo mais bem usados em ações efetivas de prevenção e promoção à saúde.

Fonte: CFF (Conselho Federal de Farmácia)


Autor: Claudia Colluci – Folha de São Paulo - Site

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Ministério da Saúde cria grupo de trabalho para apoiar estudo da fosfoetanolamina

Ministério da Saúde publicou na sexta-feira (30) portaria para apoiar os estudos clínicos e a produção da fosfoetanolamina, conhecida como “pílula do câncer". O medicamento causou polêmica após ser apontado como revolucionário no tratamento de câncer, mas não conta com estudos clínicos que comprovem seus benefícios. De acordo com o documento, que determina a criação de um grupo de trabalho, o Ministério passará a apoiar as etapas para o desenvolvimento clínico do medicamento. O INCA indicará um representante para integrar o grupo. 
“Estamos colocando à disposição do professor responsável pela síntese dessa molécula a possibilidade de submeter à fosfoetanolamina a todos os protocolos para verificar se a substância é ou não eficaz e por fim a essa celeuma. Por isso, a recomendação do Ministério da Saúde é que as pessoas não façam uso dessa substância até que os estudos sejam concluídos", orienta o ministro da Saúde, Marcelo Castro.
 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) integrará o grupo para orientar os pesquisadores na elaboração dos protocolos clínicos e documentações necessária. Já o INCA e a Fiocruz darão apoio para a realização de estudos clínicos. “A grande preocupação do Ministério da Saúde é que as pessoas deixem de realizar o tratamento adequado e que tem sua eficácia comprovado e passem a usar um medicamento que não tem cientificamente uma comprovação de benefícios e efetividade", alertou Castro.
 
A previsão é de que o grupo tenha um prazo máximo de 60 dias para apresentar o plano de trabalho das fases de desenvolvimento do projeto. A coordenação da iniciativa será de responsabilidade de um representante da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.
 
Fonte: Instituto Nacional de de Câncer (INCA)

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Novos medicamentos para hepatite C começam a ser distribuídos em novembro.

A partir do início de novembro, dois novos medicamentos para hepatite C – sofosbuvir e daclatasvir – começam a ser distribuídos na rede pública de saúde. De acordo com o Ministério da Saúde, a nova terapia aumenta as chances de cura e diminui o tempo de tratamento da doença.
Ainda segundo a pasta, os dois medicamentos atendem cerca de 80% dos pacientes que farão uso da nova terapia, composta também pelo simeprevir, com distribuição prevista para dezembro.
Os medicamentos vão beneficiar pacientes que não podiam receber os tratamentos oferecidos anteriormente – entre eles, pessoas com HIV, cirrose descompensada, em situação de pré e pós transplante e pacientes com má resposta à terapia com interferon. Ao todo, 30 mil pessoas serão beneficiadas no período de um ano. O ministro da Saúde, Marcelo Castro, avaliou a disponibilização dos medicamentos como um momento singular na história da saúde pública brasileira e equiparável ao início da distribuição de medicamentos antirretrovirais no país.
Ele lembrou que a hepatite C acomete atualmente cerca de 1,4 milhão de brasileiros.
"Temos agora drogas revolucionárias e inovadoras, que colocam o Brasil numa posição de vanguarda no tratamento", disse. "Podemos dizer, com segurança, que nenhum brasileiro que preencha o protocolo preconizado pela Organização Mundial da Saúde deixará de receber seu tratamento", completou.
O secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Carlos Nardi, disse que o novo protocolo de tratamento para hepatite C foi anunciado em julho deste ano. Segundo ele, as doses já chegaram ao almoxarifado do ministério e começam a ser distribuídas ainda hoje.
"Posteriormente, serão encaminhadas a todos os 25 estados da federação" disse, ao descartar que a chegada aos municípios vai depender da redistribuição por parte das secretarias estaduais de saúde. O investimento total para a oferecer os três medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com o ministério, é de quase R$ 1 bilhão. O custo por tratamento é de cerca de US$ 9 mil.
O tratamento para hepatite C oferecido na rede pública desde 2012  é composto por dois esquemas terapêuticos – as terapias dupla e tripla com o interferon peguilado – e têm duração de 48 semanas.
Dados da pasta mostram que, nos últimos 13 anos, foram confirmados 120 mil casos de hepatite C no Brasil e realizados mais de 100 mil tratamentos. Atualmente, 10 mil casos são notificados todos os anos no país. A estimativa é que a doença seja responsável por 350 a 700 mil mortes ao ano em todo o mundo, sendo 3 mil delas no Brasil.
Ainda de acordo com o ministério, a hepatite C é uma doença de poucos sintomas. As causas mais comuns de infecção na década de 80 eram as transfusões de sangue e as infecções hospitalar, mas a contaminação também pode acontecer por meio do compartilhamento de objetos de uso pessoal e para uso de drogas.

FONTE: Ministério da Saúde