Se há um fato notório, comentado entre cidadãos do Recife, é a pujante proliferação de farmácias e drogarias. Por toda parte cai um edifício antigo e instantaneamente brota uma farmácia que dará vizinhança a outra e, de chofre, uma rua inteira pode vir a ser um “farmaçódromo”.
Após demolir a última casa tombada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Recife se tornou a cidade com o maior número de farmácias em todo o globo terrestre. Quem atesta é o Guinness Book, o livro dos recordes, que na edição de 2017 terá a capital de Pernambuco entre suas páginas.
Tecnicamente, o que pôs o Recife entre as famigeradas páginas do Guinness foi o fato de que das 983 mil esquinas da cidade, 862 mil têm a presença de uma ou mais farmácias. Para todos os efeitos, mais de 87% das esquinas da Cidade Maurícia alpendram drogarias.
Suscita-se a questão: é Recife a sociedade mais adoentada do mundo? Segundo o psicólogo ambiental Carlos Adelfonso Bregnaith, há uma explicação bastante clara para o caso. Bregnaith sustenta, baseado em estudos avançados, a tese de que a má arquitetura é capaz de adoecer a população.
“Estudos sérios descobriram que aqueles que vivem em cidades têm 21% a mais de chance de desenvolver transtorno de ansiedade e as moradias verticais e suas estéticas podem ser fator. Não fomos feitos para as gaiolas. Com a eliminação da bela arquitetura, bucólica e que faz refletir, abundam os prédios altos, ângulos retos e repetitivos. Patológica é a arquitetura estéril e fria, azulejos e cerâmica, embanheirização, tudo branco. Oprimido, esquizofreniforme, estressado e hiperativo, o sujeito precisa de tarjas preta para dar mais elasticidade às paredes que o pressionam. A culpa das farmácias é das construtoras”, sugere Bregnaith.
Recife entra para o Guinness Book com a maior concentração de farmácias do mundo
FONTE : Diário Pernambucano Disponível em : https://goo.gl/NNV1K7
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