quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Considerações sobre a Fase Aguda da Febre de Chikungunya

Imagem Ilustrativa
A febre de chikungunya é uma virose transmitida pela picada das fêmeas dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus; apresenta um período de incubação no ser humano, em média, de 3 a 7 dias, podendo variar de 1 a 12 dias, e pode apresentar a viremia (o vírus presente no sangue circulante) por até 10 dias, sendo que as manifestações clínicas poderão aparecer apenas 2 dias pós o início desta. Há também a possibilidade de transmissão vertical, ou seja, transmissão da mãe para o feto ou para o neonato; ocorrendo quase que exclusivamente durante o período de intraparto em gestantes, provocando muitas vezes infecção grave nos neonatos; entretanto o vírus não é transmitido pelo aleitamento materno.
          Clinicamente, os sinais e sintomas são semelhantes aos da dengue (febre de início agudo, cefaléia, náusea, dores articulares e musculares, fadiga e exantema), entretanto as fortes dores nas articulações são as manifestações clínicas que as difere. Após a fase aguda, a enfermidade pode progredir para outras duas fases: a fase subaguda e a fase crônica; enfocaremos aqui apenas na fase aguda e sua correspondente farmacoterapia. Nesta fase, as manifestações características são febre de início súbito, contínua, bifásica e intermitente, fadiga, cefaléia, fortes dores nas articulações  e dores nas costas, perdurando em média 7 dias.   
          Infelizmente, até o presente momento, não há tratamento antiviral específico, sendo a terapia adotada a de suporte sintomático. Para dar suporte aos sintomas os fármacos escolhidos são o paracetamol (a droga de escolha) e a dipirona (para o alívio das dores e da febre) nas dosagens padrões; quando ocorre a persistência das dores a codeína pode ser associada ao tratamento. O tramadol pode ser utilizado quando as dores elevam-se para moderadas a intensas e que não responderam ao tratamento inicial, no entanto o tramadol deve ser utilizado com cautela em idosos, pacientes com doença renal ou hepática e em pacientes com histórico de convulsões. Os demais anti-inflamatórios, não esteroidais, como o diclofenaco, ibuprofeno, naproxeno, etc, devem ser evitados nesta fase, pois há a possibilidade de ser dengue; os corticosteroides nesta fase também devem ser evitados.
          Além do tratamento medicamentoso é recomendável: a hidratação oral do paciente com o consumo médio de 2 litros de água por dia, compressas frias visando a analgesia, aplicando-as por 20 minutos a cada 4 horas e o devido repouso que evitará a progressão da doença para as fases subaguda e crônica. É de extrema importância evitar a auto-medicação e, se porventura ocorrer o aparecimento dos sintomas citados acima, um médico deverá ser consultado.  

Referências:                             

  • BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Febre de Chikungunya: manejo clínico . 1. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.

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